A infidelidade feminina já não é o que era, ou pelo menos já não é o que todos pensavam ser. Há que desfazer o mito: as mulheres sempre traíram e não faltam na História casos que o provam. Se as mulheres fossem sempre fiéis, por que haveria o adultério feminino de ser punido e estigmatizado desde os tempos mais antigos?
O que procuram as mulheres casadas
Hoje em dia, e embora persista um certo pudor em admitir a traição, as mulheres assumem de uma forma mais frontal os seus desejos, fantasias e necessidades em termos de sexo. E há que desfazer outro mito: as mulheres casadas não procuram apenas carinho e amor. Querem a plena realização sexual, mesmo que isso implique procurá-la fora da relação.Alguns estudos demonstram que entre 40 a 60% as mulheres com uma relação estável já traíram os seus parceiros. E muitas não o fazem por falta de oportunidade ou por medo de serem descobertas.
Os fatores que contribuem para esta realidade são vários e estão desde logo relacionados com a maior independência financeira e emocional das mulheres casadas. A entrada destas no mercado de trabalho ajudou a que se tornassem mais autónomas e confiantes. Já não aceitam que o sexo seja um dever. Assumem-no como um direito e como uma necessidade básica. Ter um orgasmo deixou de ser um acontecimento fortuito para passar a ser algo normal. As mulheres estão mais exigentes e não se deixam prender em relacionamentos entediantes em que o prazer tem apenas um destinatário.
Esta autonomia levou também a que tivessem acesso a mais informação sobre sexo, seja através da televisão, da internet ou em conversas com as amigas e colegas. Outro mito a desfazer: as mulheres falam sobre sexo. E sim, também fazem comparações e avaliações em relação ao desempenho dos seus parceiros.
A entrada no mercado de trabalho contribuiu também para que aumentassem as oportunidades de sexo extraconjugal. Muitos dos casos começam no emprego. O convívio com homens muitas vezes mais poderosos e atraentes desperta as fantasias femininas. O sexo no escritório é uma realidade e faz parte das fantasias de muitas mulheres.
A principal diferença entre a traição feminina e masculina é a forma como acontece: os homens podem ser mais espontâneos, mas as mulheres (principalmente as mulheres casadas) gostam de planear e de estar no seu melhor quando chegar o momento. Um planeamento que começa na escolha da lingerie, num maior cuidado com o corpo e até na criação de uma lista de desculpas para justificar a chegada mais tardia a casa.
Além do desejo de aventura, há outras razões que ajudam a explicar a infidelidade feminina: a monotonia, a falta de sexo ou a insatisfação com o parceiro habitual. Se a relação entrou numa fase em que o sexo tem dias marcados ou em que não há novidades nem novas experiências, é muito provável que a mulher procure obtê-las de outra forma.
Muitas mulheres traem por vingança: por terem sido traídas ou por entenderem que não recebem do parceiro a atenção que merecem. Independentemente das razões e dos mitos que ainda subsistem, os homens têm que estar preparados para esta realidade. Cada vez mais são elas que ditam as regras do jogo. Escolhem quando, onde e com quem querem ter sexo. E nem sempre telefonam no dia a seguir…